Aliás, gustavo com dois tês. Chique, moderno. Sertanejo digital, que não depende da grande mídia pra tocar a carreira. Por fora bela viola?
Anitta - também com dois tês - tatuou a área próxima onde se atende aos chamados da natureza, o que acabou provocando outro sertanejo, o Zé Neto (com um tê e é esse mesmo o nome dele) que fez comentário infeliz e manjado sobre a classe artística: a mamata da Rouanet.
A Lei Rouanet existe há 32 anos. E pouca gente sabe como funciona. A maioria acha que é uma lei onde o governo dá dinheiro pro artista fazer show e gravar. E não é.
Em resumo funciona assim: voce pesquisa, escreve, junta um monte de documentos, inscreve e entrega pro órgão responsável do governo. Demora e custa caro. Se aprovado, teu projeto pode captar. Captar é botar a pasta debaixo do braço e pedir patrocínio de empresas. Quem consegue tem que prestar conta. Do contrário terá problemas com a lei e o nome sujo. Em resumo é isso. Mamata onde?
Mamata existe só na cabeça de quem embarca (ou fabrica) em fake news. O que causa espanto nesse rolo todo é que Zé Neto e o Gusttavo com dois tês, pertencentes à classe artistica, joguem contra aumentando o preconceito contra a própria classe.
Deu ruim. O ministério público levantou a ponta do tapete sujo e descobriu mamata fora da Rouanet. Foi encontrar um mar de shows super faturados em prefeituras do interior justamente com os paladinos destemidos. Contra os mamateiros. Com dois tês de TeTa.
Apresentações canceladas, chororô em lives, manchetes em todo canto. Gusttavo com dois tês teve contrato cancelado; um de 1,2 milhão numa cidade de 8 mil habitantes. Dinheiro que seria destinado pra educação e saúde foi usado nesse absurdo.
Sendo justo, não acontece só com a turma sertaneja. Também rola com roqueiros, sambistas, funkeiros país afora. Aliás, aqui perto da gente também: um amigo comprou show de artista bem conhecido. O preço era 15 mil. Negociou, fechou por 10 e fez o show. Cinco meses depois a prefeitura contratou o mesmo artista por 50 mil. A corrupção no país é endêmica. Nesse circuito, queiram ou não, o artista/empresário/poder público são cúmplices.
O brasileiro médio só quer ser feliz. Quer churrasco no fim de semana, hospital e escola. E um showzinho de vez em quando também cai bem. Desde que não superfaturado. E projetos de Lei Rouanet onde a renuncia fiscal proporcione que trabalhadores da cultura entreguem diversão e conhecimento gerando renda e emprego.
Gusttavo Lima se chama Nivaldo. O nome de Anitta é Larissa Machado. E a verdade pode ser outra bem diferente do que circula livremente nos grupos de zap zap.
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